sábado, 25 de junho de 2011
“Pra Frente, Brasil”, por Iara Ximenes
O filme “Pra Frente, Brasil” (1982), do diretor Roberto Farias (irmão de Reginaldo Farias, ator que interpreta Jofre no filme), é o retrato da situação vivida pelos brasileiros durante a ditadura através da história de uma família.
Apesar de ter sido finalizado nos últimos anos da ditadura, em 1982, “Pra Frente, Brasil” foi censurado pelo governo e só saiu para o público um ano depois. Entretanto a história se passa em junho de 1970, como é mostrado no início do filme.
A primeira cena do filme mostra os irmãos Miguel (Antônio Fagundes) e Jofre Godói da Fonseca (Reginaldo Farias) e sua esposa, Marta (Natália do Valle), em um aeroporto. Os três vão para o Rio de Janeiro, porém Jofre vai em um primeiro vôo, mais cedo. No avião, ele conhece Sarmento, com o qual divide um táxi até o centro do Rio. A partir de então, por causa da divisão de uma corrida de táxi, Jofre se envolve em situações complicadas.
Daí pra frente o filme mostra um quadro de violência, mentiras e injustiças que se instala na ditadura e dura até seu final, onde as pessoas não têm nem mesmo a privacidade de fazer uma ligação, sem que esta, seja monitorada. Seqüestros, assassinatos e torturas, uma mentira atrás da outra, tudo para manter as coisas e as situações exatamente como o governo e a polícia queriam, mas, claro, a maioria das denúncias aparecem nas entrelinhas.
Jofre é seqüestrado por um grupo financiado por empresários; eles acreditam que ele, Jofre, faz parte de algum grupo de resistência e por isso o torturam em busca de informações. A história se desenvolve à medida que Miguel e Marta vão a procura do paradeiro de Jofre, tendo que, para isso, se envolver em perigosas circunstâncias. Enquanto isso, a parte do país que se mantém alienada, torce e assiste aos jogos da Copa do Mundo de Futebol.
Dessa maneira, o filme mostra a realidade da época por meio da história de uma família (de personagens fictícios) em busca de um ente, injustamente morto, mas que, na verdade, conta o que muitas pessoas viveram, presenciaram e sofreram durante a ditadura.
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Bravo!!...A Progenitora das águas escreve muito bem..: )
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