quinta-feira, 24 de junho de 2010

"E sua mãe também", por Lucas Caminha



Para alguns, E sua mãe também (Y Tu Mama Tambien, MEX, 2001), é só mais Road-movie com jovens querendo curtir a vida e sem pensar no amanhã. Para mim, o filme consegue passar mais do que esse sentimento de liberdade juvenil, aspectos que fogem a uma leitura superficial.

Encontramos no filme Julio e Tenoch (Gael García Bernal e Diego Luna, respectivamente), amigos inseparáveis, que no auge de suas adolescências, têm pelo sexo uma obsessão. Após suas namoradas (também amigas) partirem para uma viagem à Europa, eles conhecem Luisa, a atual mulher do primo de Tenoch, e num convite sem pensar, partem para uma viagem de carro até a praia Boca Del Cielo. Eles vêem em Luisa uma mulher madura, experiente, que pode lhes proporcionar algumas experiências que ainda não viveram.

O triângulo amoroso é um tema bastante usado no cinema, e muitas vezes aparece de forma repetitiva e “batida”. Contudo quando acompanhamos o tema numa produção latino-americana, com toda sua crueza e intensidade, lembramos porque a sensibilidade fica sempre mais evidente no cinema fora do circuito comercial.

O diretor mexicano Alfonso Cuarón, que formou seu currículo com alguns trabalhos Hollywoodianos, como: A Princesinha, Grandes Expectativas e o terceiro filme da franquia Harry Potter, surpreende nessa produção com uma marca autoral bastante expressiva. Além disso, não se esquece de rechear as margens da estrada com imagens de um México real. Comércio marginal, pobreza e violência policial são alguns dos cenários reais do longa.

Para mim, esse road-movie nos mostra como algumas pessoas podem marcar para sempre nossas vidas. Pode ser um parente, um melhor amigo, um grande amor, ou até mesmo uma pessoa que passa rapidamente por nossas vidas, mas acaba tornando-se especial. O filme também discute as escolhas que fazemos durante a vida, e o rumo que as coisas tomam.

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