sábado, 4 de junho de 2016

"La otra", por Jeniffer Barbosa





                Estrelado por Dolores del Río, La Otra, filme de Roberto Gavaldón, de 1946, mostra as irmãs Mendéz. Magdalena, rica, acabou de ficar viúva e com a fortuna que o marido lhe deixara. María, pobre, trabalha como manicure e precisa aguentar os assédios em seu ambiente de trabalho. María é ambiciosa, que ser rica, e seu romance com Roberto parece não bastar. Tomada pela inveja, María resolve matar a irmã e se colocar no lugar dela. Ela forja uma carta de suicídio, chama a irmã para ir até onde ela mora e depois de disparar um tiro contra a irmã, María troca as suas vestes pelas da irmã e desde então passa a viver como ela. Primeiramente, María fica um tanto paranoica e vê símbolos do crime dela por todos os lugares, seja numa simples sombra, seja numa pequena imagem de “anjo da morte” que há no relógio da casa da irmã. As pequenas diferenças entre as duas, María parece ultrapassá-las com sucesso, como o fato de usar óculos para ler – Magdalena não precisava – e precisar assinar coisas no lugar da irmã, mas depois de um tempo ela percebe que Magdalena tinha problemas que ela não imaginava. Magdalena tinha um cúmplice que a chantageava e durante o decorrer do filme é descoberto um crime que ela havia cometido, então María precisou pagar o pato.

                O melodrama de expressões marcadas de Dolores del Río não foi diferente em La Otra. Apesar de representar gêmeas, ela conseguiu deixar cada personagem diferente a sua maneira, até mesmo no momento em que María passa a ser Magdalena. O filme conta muito com luzes e sombras, o que deu mais o clima de suspense, da mesma maneira que o som ajudou muito nesse ponto. É notável o uso de simbolismos, como na cena em que María mata Magdalena e no momento do disparo mostra uma espécie de piñata - que acabara de ser acertada – com apenas a cabeça pendurada e com lágrimas e uma expressão triste pintada no rosto. 

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