sábado, 20 de novembro de 2010
"Maria Candelaria", por Camilla Vanessa
Feito na era de ouro do cinema mexicano, ganhou o prêmio máximo em Cannes.
A trama se passa numa vila indígena, onde a personagem principal foi basicamente excluída do local por ser filha de uma prostituta, o que não estranho acontecer, principalmente na época em que o filme se passa. Mas como uma pessoa íntegra, procura sempre mostrar força diante dessa sociedade opressora. Seu amor por Lorenzo Rafael tem que enfrentar tudo isso e mais empecilhos para que eles consigam ficar juntos.
Um ponto curioso do roteiro é o papel do pintor, que assume o papel de narrador. No início do filme entendemos que sua participação será mais ativa na história, porém ele aparece bem menos do que se espera, certa quebra de expectativas. Os diálogos exagerados são um misto da origem do drama excessivo da “novela mexicana” e de uma atuação enfática, que era mais comum na época em que o filme foi feito. Como precursor desse gênero de massa que vai se fortificar com o passar dos anos temos outros indícios na obra, como os valores morais cristãos, a heroína de princípios inabaláveis, o vilão sem coração, e por aí vai.
A direção de arte do longa me parece um pouco exagerada e falsa. A padronização na aldeia é um exemplo disso, o figurino de todos os personagens é muito semelhante e não condiz com o local: roupas sempre brancas e limpas, quando os mesmos dormem no chão e trabalham na terra. Apesar de falsa e exagerada a direção de arte dá um tom campestre e natural ao filme que o torna simplesmente lindo.
Filmes como esse marcam o imaginário internacional sobre a América latina. E este filme em particular possui ainda as origens dos tantos dramas latinos de hoje.
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