segunda-feira, 22 de novembro de 2010
"Maria Candelária", por Natália Tavares
O drama de Maria Candelária, interpretada pela belíssima Dolores Del Rio se passa em uma pequena vila, Xochimilco, no México. Quem nos conta sua história é o personagem de um famoso pintor (Alberto Galán), que fascinado pela beleza pura e indígena de Maria Candelária, decide pintá-la, o que irá ocasionar a grande tragédia da trama. Por ser filha de uma prostituta já falecida, Maria Candelária não é aceita pelas pessoas da vila, o que a faz passar por inúmeras necessidades, já que ela não é permitida vender suas flores. A única pessoa da vila que a aceita é Lorenzo Rafael, interpretado por Pedro Armendáriz, ele se apaixona por ela e ela por ele, pretendendo se casar. Para isso, eles precisam de dinheiro, mas são atingidos por várias dificuldades ao longo da trama.
Dirigido por Emilio Fernadéz, escrito pelo mesmo e por Mauricio Magdaleno e fotografado por Gabriel Figueroa, o filme ganho a Palma de Ouro. O diretor conseguiu retratar na tela, com todo aquele melodrama típico mexicano, as injustiças sofridas pelos mais pobres e as raízes de sua nação. Gabriel Figueroa fotografou uma natureza ainda pura, assim como a beleza de Maria Candelária. O resultado é uma grande obra do cinema mexicano.
Dolores Del Rio e Pedro Armendaríz têm muita sincronia em cena, diferenciando-se dos outros habitantes da vila, o que contribui para a relação de seus personagens, já que pelo preconceito com Maria Candelária, os outros habitantes não aceitam conviver com ela. Estranhamente maquiada para uma índia, Dolores Del Rio está sempre deslumbrante e tem toda a dramaticidade necessária para se interpretar um papel em um melodrama mexicano. A cena em que Maria Candelária e Lorenzo Rafael se encontram na prisão é exemplo disso.
Apesar de ter estranhado as atuações excessivamente dramáticas e questionado várias vezes o modo em que tudo dava errado para Maria Candelária e Lorenzo Rafael, como na cena final, na qual torci por uma reação dela, por mínima que fosse, sei que essas são as características do gênero, e que, portanto, o sofrimento e o drama são “naturais”. Foi interessante observar como o gênero melodrama se constrói nesse magnífico filme.
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